Permita-se ao transbordar da alma...
Namastê, Shakty Shala...

terça-feira, 7 de maio de 2013

Isadora Duncan


Isadora Duncan

26 de outubro de 2009

Sinto me tão confiante de que a alma pode ser despertada, possuindo completamente o corpo, que quando trouxe crianças para minha escola almejei acima de tudo fazê-las trazer para si mesmas a consciência deste poder dentro delas, da relação que mantêm com o ritmo universal, evocando o êxtase, a beleza desta realização. O meio para este despertar será em parte a revelação da beleza da natureza e em parte daquele tipo de música que o terceiro grupo de compositores nos dá, que surge da alma e fala para a alma.
Há adultos que esqueceram a linguagem da alma, mas as crianças a entendem. É apenas necessário dizer-lhes: “ouçam a música com suas almas. Agora, enquanto ouvem, vocês sentem um profundo despertar interior, vindo de dentro de vocês? - Que é pela sua força que suas cabeças se erguem, seus braços se levantam e que vocês caminham lentamente na direção da luz?”
Este despertar é o primeiro passo na dança, como eu a entendo.
Quando eu comecei a dançar com os movimentos e gestos que minha alma arrebatada sabia como comunicar ao meu corpo, os outros começaram a me imitar, não entendendo que lhes era necessário voltar a um começo, para achar primeiro algo dentro deles mesmos.
Em muitos teatros e escolas via-se este tipo de dançarino, que compreendiam apenas com o cérebro, que sobrecarregavam de gestos suas danças; seus movimentos pareciam vazios, insípidos e destituídos de significado. O que eles traduziam através da mente parecia totalmente de inspiração e de vida. O mesmo acontece com os sistemas de dança que são apenas ginásticas combinadas, compreendidas apenas logicamente (Daltroze, etc). Parece-me um crime impingir as crianças, que não podem se defender, este treinamento prejudicial; pois é um crime ensinar a criança conduzindo seu corpo em desenvolvimento através do poder rígido do cérebro e ao mesmo tempo enfraquecendo seu impulso e inspiração.
A única força que pode satisfatoriamente conduzir o corpo é a inspiração da alma.

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